quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O papel da internet na educação

Eu não consigo conceber nos dias atuais uma escola que não use a Internet. Sei que ter Internet é um problema de amplitude maior que um coordenador pedagógico, o diretor e o professor muitas vezes, não podem alcançar, até mesmo pela burocracia dos projetos, aqueles PPPPs da vida, e os aspectos legais que acabam dificultando muito o processo.
Ontem, entrei numa escola e no horário do lanche perguntei a um aluno, quantas vezes tinha ido ao Laboratório de Informática, e a criança me disse que nenhuma vez. Fiquei mesmo triste!
Agora eu não consigo entender como uma escola pode ter Laboratório de Informática, projetos como o UCA ou semelhantes nas escolas particulares, e o professor não leve este mundo ao aluno. É como privar alguém de um direito fundamental. O fato de que eu não goste de comer feijão, não pode me impedir de deixar os alunos experimentarem. É como tirar a bengala do cego, ele vai dar um jeito para viver, mas a bengala facilita muito!
Uma coisa só é para se pensar, o que leva o mundo inteiro a usar essa parafernalha, o que seduz tanta gente, o que faz com que tanto dinheiro gire em torno desta máquina ?
Bem, através desta podemos discutir e conhecer qualquer assunto, qualquer lugar, ainda mais com a qualidade das imagens, tridimenssionais, etc e tal. Também a quantidade de sites e programas dirigidos a todo tipo de conhecimento. É difícil para de ler, buscar, pesquisar e levar todo o universo dentro do pen-drive para a sala de aula, ou levar a sala de aula para o mundo conhecer. Esta é outra utilidade riquíssima da Internet, mostrar todos os trabalhos, mostrar o grande potencial deles, mostrar que dá pra deixar um desafio na mão dos alunos que eles conseguem resolver, desde questões de raciocício, pesquisa, a questões como montar e desmontar a máquina que contém a Internet e até fazer uma melhor.
Precisamos perder o medo. Não já o que temer. Nos dias atuais conviver com omundo eletrônico é fundamental, e precisamos reproduzir essa convivência na escola com urgência.
Acredito no ensino significativo e no ensino que co-relaciona saberes necessários a melhor sobrevivência do ser humano, sejam eles quais forem. O importante é que despertem a criatividade e o saber viver de forma mais igualitária, com ética e respeito ao próximo.


Ariquemes, 22/09/2011
@erika_rosa

terça-feira, 30 de agosto de 2011

EDUCAÇÃO DO CAMPO

Hoje/esta semana  estou em PVH numa audiência pública sobre educação do campo. É mesmo um momento de discussão, educação do campo hoje precisa de muito mais, se o ensino regular tem dificuldades, esta modalidade tem sobras. Temos mesmo trabalho a fazer.
atualmente existes várias formas de aplicabilidade do Ensino do Campo: Saberes da Terra, Pedagogia da Alternância e outras mais específicas para Ribeirinhos e Quilombolas. O fato é que todas tem funcionado, mas com uma dificuldade tremenda.Falta tanto...só que o admirável é que os educadores envolvidos neste processo se diferenciam, têm uma vontade de que dê certo!
Assim a dificuldade no percurso é grande, mas eles não param. Acreditam no que fazem. Fazem a diferença!  Conseguem realizar proezas, acredito que o diferencial em relação a outros educadores, quem também trabalham muito, demais para promoção da qualidade no ensino, é o envolvimento que criam e desenvolvem com as familias. Quando a família se envolve e entende qual a sua contribuição, todos os desafios são diluídos pelos dois pólos (escola e família), os objetivos tem mais chance de ser alcançados.

Olho para o mundo atual e tenho a impressão que a humanidade desperta para o caos que está causando. Parece-me que corre atrás do prejuízo e tenta recuperar tudo com muita pressa (refiro-me ao relacionamento familiar, escola,respeito ao outro, aprender o que realmente é necessário, etc).
Bem reconstruir, exige tempo, trabalho, planejamento e, caminhamos todos num mesmo compasso apressado atrás do prejuízo.
De qualquer forma espero poder contribuir para a promoção de mais momentos reflexivos sobre nossa prática, e diminuirmos  a chance de errar na educação, princialmente por se tratar da vida de muitos alunos gerenciados por nós.

Seja Educação do Campo ou Educação Regular!


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

ESCRITORES EM RONDÔNIA


Dr. Confúcio criou um batalhão de homens e mulheres cultos. É um tendél de gente que tem como mínimo o conhecimento tecnológico básico. São inspirados, promovem eventos, pensam e se avaliam continuamente. Neste entremeio, escrevem. Escrevem sobre tudo, mas sempre com a preocupação de estar levado informação útil que promove a mudança e o desenvolvimento (intelectual, comunitário, social, etc, etc).
Tenho alguns amigos que escrevem, são parecidos comigo, ora inspirados, ora passam tempos sem escrever, em comum temos a reflexão. Não paramos de pensar, sabemos que tem muita coisa a ser revista em Rondônia e no país e não nos contentamos em esperar, estamos contribuindo para a mudança, seja conversando em pequenos, grupos, escrevendo aos amigos e colegas, estabelecendo metas.
O governador nos mostrou que não precisamos ser pessoas tão diferentes, muito menos ser tão grande para participar da mudança, para ajudar com nossas ideias de seres que conhecem as realidades de cada espaço. Mostrou-nos que todos são capazes quando querem. Que todos estão fazendo parte desta história e que por isso somos importantes.
Uma pessoa com todo este conhecimento e com tanta humildade. Anda no meio da multidão numa feira agropecuária pegando nas mãos de todos, abraçando, ouvindo. Ouvindo. Ele escreve muito, aquilo por que ouve e vê e ouve por ai. O real. Não fica tentando nos enganar com palavras formosas e vazias como fora tantos outros discursos.
Ele escreve. Todos sabemos muito bem a diferença entre a palavra dita e a escrita, pode ser a mesma, “mas vale um escrito”. Assim ele está criando esse pelotão, de jovens e velhos, jovens com a vontade frenética de fazer acontecer, de velhos sábios, que nos contam e dizem o que fazer.
Este governo será registrado na história sim, mas não apenas nos documentos escritos, ficará em nosso coração.

@erika_rosa
Ariquemes, 05/08/2011

quinta-feira, 10 de março de 2011

MULHERES


As mulheres cresceram muito.

Atualmente as mulheres  assumiram diversas situações
coisas que a algumas décadas eram vistas como “coisa de homem”
ou simplesmente que não se daria conta por falta de força.

Cada uma deve saber seu próprio limite
Se é capaz de cozinhar, fazer reboco, dirigir um ônibus
ou não fazer nada.

Sabem que não tem a “força” e hoje até isso é questionável.
Mas sabem muito bem como conseguir força para realizar o necessário.

Mas será que sabemos mesmo o que fazer com tanta liberdade?
Será que realmente precisamos dar conta de tudo?
Casa, filhos, família, trabalho, religião, manter a forma e ainda passear nos finais de semana.
Até que ponto é bom podermos tanto?

Acredito que atrelado a tudo isso também vem a responsabilidade.
Quanto mais se assume maior também as responsabilidades.
Tudo precisa ser bem feito, até para que se prove sua capacidade.

Talvez não se tenha nada a provar
e precisemos mesmo fazer algumas escolhas
escolhas respeitadas, seja o que for.

É importante não confundirmos nossa liberdade
com a libertinagem, exposição excessiva, ridicularização da figura feminina.

O importante é que em tudo o que fizermos
seja valorizado o ser humano, como trabalho ou como existência.
Só tem sentido quando fazemos o que gostamos com as pessoas que amamos.

erika_rosa 10/03/2011.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

COMPANHEIROS

Ao longo da vida vamos conhecendo inúmeras pessoas. 
Algumas pessoas desenvolvem afinidade suprema com as outras.
Durante a convivência vamos entrelaçando a vida, a afinidade vai se tornando semelhança de hábitos, estilos de vida, vestimenta, atividades de lazer em comum, objetos de interesse, livros e filmes
A vida vai se estreitando e parece que forma uma espécie de família.
Quando esta afinidade acontece e se tem a oportunidade de planejar estratégias juntos, com vistas ao crescimento em comum é uma rara oportunidade de desenvolver ações para o consciente coletivo.
Objetivos são traçados de forma sistemática ou subjetiva, muitos  se tornam interesse real e  concretizar estes sonhos faz parte do processo.
Daí em diante, é como se todos os anos de nossas vidas fossem ser vividos com esses companheiros. Sabe-se que  no momento em que não podemos dar o passo, alguém vai ajudar a caminhar, como águas juntas que vão cortando os leitos dos rios na certeza que chegarão ao mar.
São momentos únicos.
São dias de coragem.
Não se está só.
Significa que mais pessoas pensam as mesmas coisas, é o poder em modificar o mundo!
Um dia a vida dá uma volta e resolve abrir um braço no rio.
Os sonhos continuam os mesmos, as afinidades também, os objetivos já precisam ser revistos, adequados reorganizados.
Agora já é um pedaço da gente que se vai.
Agora duas vidas que pareciam as mesmas seguem caminhos diferentes com as mesmas convicções.
Mas é preciso ter força para dar o passo que  não daria sozinho.
Continuar.
Seguir em frente.
Mesmo que olhe para trás e me identifique sobremaneira com a paisagem de determinado lugar do rio, não dá pra parar, ficar é impossível.
Por mais que se tenha corrido quilômetros juntos, formando corredeiras ou lagos mansos.
É preciso chegar ao mar.
Companheiros são mais que amigos.
Mais que um casal.
Mais que vizinhos.
Mais que família, às vezes.
Companheiros andam dentro do coração da gente,  já nos conhecem a alma e, lá permanecem para sempre.



erika_rosa
Ariquemes 12 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

EDUCAÇÃO NO CAMPO


Educar no campo é fácil, transfere-se todos os procedimentos e técnicas usados no ensino regular e leva pra uma escola lá no campo. Leva-se os livros, os conteúdos prontos, a  metodologia, o currículo e joga tudo no ar. Tudo aquilo que foi planejado para os alunos urbanos com suas vidas tão diversa, modificada, dissemelhante, inexacta, mudada e derrama sobre crianças e jovens que deverão assimilar todo um conhecimento que não lhes é inerente.
Educar para o aluno do campo não é de forma alguma minimizar o estudo para um grupo de pessoas menos favorecidas. Não é só ensinar a ler o básico, a escrever mais basico ainda e calcular um mínimo para saber pagar o mercadinho e receber o troco certo.
Educar o aluno do campo não é ficar dizendo a ele que  precisa estudar para não passar o resto da vida "no cabo da enxada", pois isso é a vida dele, foi assim que sua família sobreviveu, isso é o que ele tem.
Educar para o aluno do campo é estabelecer um elo entre o conteúdo curricular e as ferramentas que ele precisa para criar autonomia na sua própria terra. É mostrar os caminhos para que ele possa melhorar a qualidade de vida em seu habitat natural, ou no lugar onde escolheu para viver, no lugar onde a vida o colocou.
É promover pesquisas sobre as pragas das roças, sobre meios de irrigação, sobre como remanejar a plantação na terra cansada.
É se apropriar tanto da leitura que possa fazer uma faculdade onde se especialize "nas coisas da roça" para facilitar sua vida e de seus familiares, para promover a prosperidade do lugar onde vive. Entrar no mundo das letras tanto que possa entender como funciona um financiamento, como pesquisar a melhor cultura para sua região, qual o tipo de mercado para os produtos que cultivar, qual o melhor comprador a ofertar.
Penso que a matemática da educação para o aluno do campo deve começar no meio do pasto, fazendo a cubicagem das áreas e calculando quantos bois podem ser criados em determinado espaço, depois se leva todos esses números pra sala de aula e compara com os números divulgados nos sites da Internet para uma compreensão exata das semelhanças e diferenças dos números.
Educar para o campo é entender um plano de manejo, como alternativa de sobrevivência ambiental, como renda programada e fonte de vida.
É ver o filho explicando ao velho pai que na aula de ciências aprendeu que há alternativas para plantar com sementes geneticamente modificadas, ou com o desenvolvimento de culturas completamente naturais.
O aluno precisa saber dos adubos alternativos, quais são os peixes que crescem rapidamente, qual é o economicamente viável para criar em tanques e represas, como plantar uma boa horta e sobreviver melhor.
Precisa ser respeitado como cidadão do mundo, que domina os relevos das suas terras e sabe pra onde o levarão os vales que cortam as colinas do seu lugar.

Assim me contou uma professora....

erika_rosa
Ariquemes 10/02/2011

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Flor do meu jardim


Acordei cedo. Aquela rotina diária. Banho, café, vê menino...coisas que professora faz antes de sair de casa.
Amanheceu chuvoso, dá uma preguiça de sair, a cama fica irresistível e pensei várias vezes antes de sair debaixo da coberta.
Fiquei pensando nos afazeres do dia, tentei organizar mentalmente o que deveria ser feito em casa - almoço - serviços domésticos - algumas instruções e aquelas recomendações de mãe. Também pensei nos afazeres do trabalho - tanta novidade - gente tão diferente! Por um momento achei que o tempo seria pouco e não daria pra fazer tudo fosse preciso.
Puxa!
É!
Abri a porta de casa e dei de cara com uma flor plantada no jardim.  Aproveitou a chuvinha, desabrochou e exibiu sua cor mais intensa!
Estava tão linda!
Passei então a pensar sobre ela. Pensei que um dia foi semente, brotou, geminou, cresceu e agora desabrochara. Fiquei feliz por saber que tinha participado disso tudo. Ajudei-a, plantei, cuidei e agora ela fazia meu dia mais bonito.
Acredito que assim são as crianças. Precisamos andar com as mãos cheias de sementes...(Cora Coralina)
Tenho uma missão enorme pela frente! Decidir junto com centenas de educadores os rumos na educação! Estamos semeando tantas coisas e preciso ter a certeza que estamos cultivando aquilo que realmente é essencial e que torne a vida do aluno significativa ou resignificada.
Plantar!
Semear!
Cuidar!
Todas estas palavras tem um enorme significado quando falamos de educação!
entretanto em breve teremos centenares de flores  florescendo à nossa porta e nos lembrando que vale a pena acordar todas as manhãs.

erika_rosa