sábado, 12 de fevereiro de 2011

COMPANHEIROS

Ao longo da vida vamos conhecendo inúmeras pessoas. 
Algumas pessoas desenvolvem afinidade suprema com as outras.
Durante a convivência vamos entrelaçando a vida, a afinidade vai se tornando semelhança de hábitos, estilos de vida, vestimenta, atividades de lazer em comum, objetos de interesse, livros e filmes
A vida vai se estreitando e parece que forma uma espécie de família.
Quando esta afinidade acontece e se tem a oportunidade de planejar estratégias juntos, com vistas ao crescimento em comum é uma rara oportunidade de desenvolver ações para o consciente coletivo.
Objetivos são traçados de forma sistemática ou subjetiva, muitos  se tornam interesse real e  concretizar estes sonhos faz parte do processo.
Daí em diante, é como se todos os anos de nossas vidas fossem ser vividos com esses companheiros. Sabe-se que  no momento em que não podemos dar o passo, alguém vai ajudar a caminhar, como águas juntas que vão cortando os leitos dos rios na certeza que chegarão ao mar.
São momentos únicos.
São dias de coragem.
Não se está só.
Significa que mais pessoas pensam as mesmas coisas, é o poder em modificar o mundo!
Um dia a vida dá uma volta e resolve abrir um braço no rio.
Os sonhos continuam os mesmos, as afinidades também, os objetivos já precisam ser revistos, adequados reorganizados.
Agora já é um pedaço da gente que se vai.
Agora duas vidas que pareciam as mesmas seguem caminhos diferentes com as mesmas convicções.
Mas é preciso ter força para dar o passo que  não daria sozinho.
Continuar.
Seguir em frente.
Mesmo que olhe para trás e me identifique sobremaneira com a paisagem de determinado lugar do rio, não dá pra parar, ficar é impossível.
Por mais que se tenha corrido quilômetros juntos, formando corredeiras ou lagos mansos.
É preciso chegar ao mar.
Companheiros são mais que amigos.
Mais que um casal.
Mais que vizinhos.
Mais que família, às vezes.
Companheiros andam dentro do coração da gente,  já nos conhecem a alma e, lá permanecem para sempre.



erika_rosa
Ariquemes 12 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

EDUCAÇÃO NO CAMPO


Educar no campo é fácil, transfere-se todos os procedimentos e técnicas usados no ensino regular e leva pra uma escola lá no campo. Leva-se os livros, os conteúdos prontos, a  metodologia, o currículo e joga tudo no ar. Tudo aquilo que foi planejado para os alunos urbanos com suas vidas tão diversa, modificada, dissemelhante, inexacta, mudada e derrama sobre crianças e jovens que deverão assimilar todo um conhecimento que não lhes é inerente.
Educar para o aluno do campo não é de forma alguma minimizar o estudo para um grupo de pessoas menos favorecidas. Não é só ensinar a ler o básico, a escrever mais basico ainda e calcular um mínimo para saber pagar o mercadinho e receber o troco certo.
Educar o aluno do campo não é ficar dizendo a ele que  precisa estudar para não passar o resto da vida "no cabo da enxada", pois isso é a vida dele, foi assim que sua família sobreviveu, isso é o que ele tem.
Educar para o aluno do campo é estabelecer um elo entre o conteúdo curricular e as ferramentas que ele precisa para criar autonomia na sua própria terra. É mostrar os caminhos para que ele possa melhorar a qualidade de vida em seu habitat natural, ou no lugar onde escolheu para viver, no lugar onde a vida o colocou.
É promover pesquisas sobre as pragas das roças, sobre meios de irrigação, sobre como remanejar a plantação na terra cansada.
É se apropriar tanto da leitura que possa fazer uma faculdade onde se especialize "nas coisas da roça" para facilitar sua vida e de seus familiares, para promover a prosperidade do lugar onde vive. Entrar no mundo das letras tanto que possa entender como funciona um financiamento, como pesquisar a melhor cultura para sua região, qual o tipo de mercado para os produtos que cultivar, qual o melhor comprador a ofertar.
Penso que a matemática da educação para o aluno do campo deve começar no meio do pasto, fazendo a cubicagem das áreas e calculando quantos bois podem ser criados em determinado espaço, depois se leva todos esses números pra sala de aula e compara com os números divulgados nos sites da Internet para uma compreensão exata das semelhanças e diferenças dos números.
Educar para o campo é entender um plano de manejo, como alternativa de sobrevivência ambiental, como renda programada e fonte de vida.
É ver o filho explicando ao velho pai que na aula de ciências aprendeu que há alternativas para plantar com sementes geneticamente modificadas, ou com o desenvolvimento de culturas completamente naturais.
O aluno precisa saber dos adubos alternativos, quais são os peixes que crescem rapidamente, qual é o economicamente viável para criar em tanques e represas, como plantar uma boa horta e sobreviver melhor.
Precisa ser respeitado como cidadão do mundo, que domina os relevos das suas terras e sabe pra onde o levarão os vales que cortam as colinas do seu lugar.

Assim me contou uma professora....

erika_rosa
Ariquemes 10/02/2011

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Flor do meu jardim


Acordei cedo. Aquela rotina diária. Banho, café, vê menino...coisas que professora faz antes de sair de casa.
Amanheceu chuvoso, dá uma preguiça de sair, a cama fica irresistível e pensei várias vezes antes de sair debaixo da coberta.
Fiquei pensando nos afazeres do dia, tentei organizar mentalmente o que deveria ser feito em casa - almoço - serviços domésticos - algumas instruções e aquelas recomendações de mãe. Também pensei nos afazeres do trabalho - tanta novidade - gente tão diferente! Por um momento achei que o tempo seria pouco e não daria pra fazer tudo fosse preciso.
Puxa!
É!
Abri a porta de casa e dei de cara com uma flor plantada no jardim.  Aproveitou a chuvinha, desabrochou e exibiu sua cor mais intensa!
Estava tão linda!
Passei então a pensar sobre ela. Pensei que um dia foi semente, brotou, geminou, cresceu e agora desabrochara. Fiquei feliz por saber que tinha participado disso tudo. Ajudei-a, plantei, cuidei e agora ela fazia meu dia mais bonito.
Acredito que assim são as crianças. Precisamos andar com as mãos cheias de sementes...(Cora Coralina)
Tenho uma missão enorme pela frente! Decidir junto com centenas de educadores os rumos na educação! Estamos semeando tantas coisas e preciso ter a certeza que estamos cultivando aquilo que realmente é essencial e que torne a vida do aluno significativa ou resignificada.
Plantar!
Semear!
Cuidar!
Todas estas palavras tem um enorme significado quando falamos de educação!
entretanto em breve teremos centenares de flores  florescendo à nossa porta e nos lembrando que vale a pena acordar todas as manhãs.

erika_rosa

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O COMPUTADOR VAI SUBSTITUIR O PROFESSOR?


Segundo Andrea Cecília Ramal a escola que temos ainda é tão fechada, limitada, desconectada do mundo, da vida do aluno, tão distante da realidade de imagens, sons, cores e palavras em hipermídia que constitui a nossa vida hoje. A presença da máquina leva todo professor a se perguntar: como é a minha aula? Do que decorre: Neste sentido Andrea acredita na substituição do professor. Mas não substituir por completo, substituir a rotina, a pouca criatividade, a mesmíssie.
O computador vem como transformador das exposições maçantes em aulas multimídia interativas, em hipertextos fascinantes, em telas coloridas e interfaces amigáveis preparadas para a construção do saber. Então poderemos, finalmente, ficar com a melhor parte. Aquela para a qual não nos sobrava tempo, porque pensávamos que devíamos transmitir conhecimento
Na verdade o professor não pode ser substituído, a não ser aquele tão resistente à mudança que não queira sobremaneira inserir a mídia em suas aula, até pelo fato de que esta inserção é tão óbvia que não se pode imaginar a aula sem ela.
Mas professor existe desde a fundação dos tempos, de forma informal ou formal, só o que precisa é se adequar a real necessidade da sociedade atual e incorporar às suas aulas as tecnologias para dinamizar as aulas, torná-las uma necessidade real para alunos e de fato prepará-los para a vida que hoje é completamente TEC.


erika.rosa
24/11/2010

Tecnologia na Escola


Nesta unidade foi possível pensar sobre um projeto aplicado com alunos na área tecnológica. Hoje é muito comum se trabalhar com projetos, entretanto os projetos são levados pronto ao aluno que precisa apenas responder a determinados quesitos.
É importante que o aluno participe do processo de criação do projeto para que isto sirva como estímulo em sua participação das atividades.
É cada vez mais evidente a necessidade em se integrar teoria e prática, mas ainda há dificuldades a se superar. O mesmo acontece com os alunos, sabem dizer tudo sobre meio ambiente, solidariedade, respeito, mas muitos não colocam em prática. O educador também domina inúmeros conteúdos, são multifacetados (professor, médico, psicólogo), mas quando se trata de inovar há certa resistência.
Existe ainda muitas aulas tradicionais com pouco recurso inovador. Alguns infelizmente resistem ao avanço tecnológico. A mudança é certa. Ao ler um livro de Jussara Hoffman ela dizia em um dos capítulos que quando pensamos em mudar de casa ficamos empolgados: casa nova, melhor, mais aconchegante, etc., mas quando iniciamos a mudança, carregando caixas, guardando objetos, desconstruindo a velha casa percebemos que não é fácil mudar. Há muito trabalho empenhado nisso, mas se não desorganizamos a velha casa, não organizamos a nova.
Acredito que o diferencial entre todas as metodologias, como afirma Barbosa, em sua entrevista ao programa Salto para o Futuro quando diz que o Currículo que inclui o uso tecnológico como fonte de pesquisa e que desperte a curiosidade, certamente terá êxito e aprendizagem para a vida real. Então a diferença está entre despertar o interesse e a curiosidade do aluno, pois se percebe a relação direta entre o que está aprendendo na escola e as ferramentas que precisa para usar na vida.
Tecnologia hoje é fato. Os seres humanos dependem destes recursos para facilitar a vida, aprender e ter entendimento do mundo em que participam socialmente e este processo tem que fazer parte do ensino escolar.


erika.rosa
24/11/2010

Chat e ferramentas de Comunicação


Atualmente existe inúmeras ferramentas para comunicação são técnicas e formas de linguagem que foram evoluindo com o passar da história e é através delas que hoje se desenvolvem várias formas de gestão e comunicação entre os grupos, empresas e comunidades. Ex: Marketing, Publicidade e Propaganda, Merchandising,Promoção, Eventos, Pesquisas, Assessoria de imprensa.
São vários veículos para a comunicação que podem ser utilizados de acordo com a intensão de quem as divulga: Internet com inúmeras possibilidades e as mídias eletrônicas (aparelhos de tv, rádio, etc).
A tendencia atual é que cada vez mais os veículos de comunicação sejam sincrônicos, entretanto os veículos mais tradicionais não deixam de existir como as cartas dos correios, na verdade a velocidade da interação com estes mecanismos depende muito do objetivo de cada pessoa, ou da necessidade escolar em questão. O aluno deve conhecer e acessar todas elas, pois havendo a necessidade de se comunicar o aluno poderá atender às suas necessidades, inclusive substituindo determinado veículo quando um não estiver disponível ou com falha.


erika.rosa

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

SORRIR


Primeiro dia de aula. estudar é maravilhoso! É isso que dizemos aos filhos quando estão em idade de frequentar a escola.
Enquanto ia à escola, a criança em seu primeiro dia de aula, perguntando:
_ Mãe, a professora é “legal”?
_ É, filho, ela é muito “legal”, é maravilhosa!.
_ Mãe, vamos voltar outro dia, eu não conheço a “tia”...
_ Não, vamos lá ver a professora, ela sabe contar histórias, cantar, brincar e te ensinará muitas coisas.
_ Hamm... Como é o nome dela?
_ Ainda não sei, mas tenho certeza que ela é ótima.
_ Mãe!
_ Há menino, pare de perguntar.
Entra na escola, lá no canto de uma sala a professora sentada numa cadeira, frente a um velha mesa, via-se que fora envernizada um dia, mas seu estado atual é bem desgastado. Olha as paredes e, observa que um dia fora desenhado algo bem bonito nelas, algum desenho infantil, talvez um bosque, com um lobo e a chapeuzinho. Observa também que depois de algum tempo o desenho desbotou, perdeu a graça e a professora colou alguma coisa por cima, talvez cartazes com números, letras e atividades realizadas com os alunos no ano anterior.
No outro canto da sala observa que um armário já bem velho, improvisado, feito de tábuas de forrar o teto de uma casa, talvez um funcionário da escola tenha o feito para serviria para guardar os materiais da professora.
Fica observando que a mestre, muito primorosa, tentava encapar o armário para que conseguisse dele uma aparência normal, melhor, disfarçar a velhice.
Fiquei pensando naquele momento, enquanto aguardava outros pais conversarem com a professora; Onde estariam os responsáveis por aquele descaso? Era desanimador permitir que crianças chegassem pela primeira vez à escola e se deparassem com aquele armário que parecia um grande escombro. Era feio de ver.
Certamente os filhos dos governantes não estudam ali. Paramos pra ver aquilo que pode interferir na nossa vida ou na vida de nossos filhos.
Pensa e observa tudo enquanto aguarda a professora, rodeada de pais e alunos. A mãe pensa que aquela imagem, era a imagem que meu filho teria pela vida, da sua primeira escola, da sua experiência com a educação sistemática. Aquela seria a primeira lembrança de uma escola, do dia em que foi conhecer as letras. A lembrança que deveria ser tão terna, era decepcionante.
A criança fica ali, de tudo que viu uma é a mais importante: a professora. Por uns instantes a passa a comparar os novos materiais que trazia nas mãos com o que os novos coleguinhas traziam. Materiais comprados com sacrifício e dificuldade pela maioria. Mas para as crianças o importante é verificar quem trouxe o que consideram – bonito.
A professora chama enfim o nome dele, confere os materiais e diz: “amanhã ele volta”, em seguida chama outro nome de aluno.
No caminho de volta pergunta-se:
- E então, gostou da nova professora?
- É...[um espaço de tempo passa, a criança fica pensativa] não sei, ela nem sorriu pra mim.

Erika Candida Rosa
Ariquemes 01/02/2009